(Memórias quase que póstumas)

É noite, mais uma, daquelas de quinta-feira. Calmaria que começa a inquietar-se, logo é outro aquele dia em que o dia só é pra depois poder ser aclamada a melhor noite.
Mas tanto fazem as horas, que agora tanto faz: é noite e tem o cheiro da tua casa. Talvez uma alucinação sinestésica, mas fato é que fechei os olhos (eles se fecham o dia todo e é assim que a gente tanto sonha) e lá estávamos nós de novo, em algum sofá da sala, remendando como que aquele par de roupas que não se imagina jogar fora pois sabe-se que é inverno e o frio é tanto que doeria (como já doeu e dor é coisa recorrente aqui pela região), o nariz não mais reconheceria e ah! sabe-se lá o que seríamos de nós sem saber desse cheiro de Praia do Flamengo com Almirante Tamandaré meio Largo do Machado, Machado este que espero que me perdoe, mas não pude evitar a ânsia de quando em sua presença, me deixar contaminar pela aura fantástica dessas suas esquinas pelas quais sou só amores.