Quis um choque, quis dormir (que é morrer um pouquinho), só pro despertar, recomeçar.
Degustei o gosto pútrido matutino de quem dorme e acorda sem ser sentido.
Não obstante, tenho uma rotina a cumprir, que mesmo que nem sempre me satisfaça, continua sendo tudo o que tenho, somando-se e fundindo-se ao que teço em minha cabeça.
Eu me acostumei a me encontrar ao seu encontro. E nunca pretendi me explicar, nem pretendo. Mas minha cabeça me obriga sempre a ensaiar, cogitar a desordem me dá ânsia, preciso milimetricamente organizar.
Me abstive de ansiedade líquida por tê-la toda reservado dentro, liberada gradativamente, como em aplicação intravenosa. Meus batimentos regidos sob uma aceleração retrógrada, até que quase alcançasse um estado crítico novamente. Eu apenas esperava. Até bem despretenciosamente, mesmo que isso venha a soar incomum.
A verdade é que sou relutante a mudanças. Eu não esperei pela luz no fim do túnel, esperei pela morte, da qual não se pode fugir, o fim enfim, no âmago da sua semântica, cru! Me equilibrava satisfatoriamente sobre a linha tênue do desentender infinito (e esse seria o meu fim, minha sina), me agarrando a quaisquer viezes capazes de gerar em mim uma ilusão fugaz de segurança, que é o suficiente. Eu finalmente conseguia. Era só eu, eu só, eu.
Numa madrugada olhei pra baixo, o vazio ecoava, tive medo, recaí. Caída sentada no sofá da sala estava, engasgada com toda essa soberba.
Meu único sinal vital foi essa espécie de líquido translúcido viscoso que me escorre da boca. Hipersalivação, sintoma de raiva, sintoma também de fome.
Acordei e a superfície da tal rotina seguida religiosamente timidamente rompia-se, deixando imergir o que chamam por aí de "Verdade". Chamei de "Decepção" e como é de sempre se esperar, não me fiz entender. Tornem todos a seus respectivos lugares, por favor, pois continuo sem saber ser sozinha.
Um comentário:
Chayenne não aprendeu a apanhar.
Talvez ninguém aprenda, isso não é lá uma nobre arte da qual se desenvolvem técnicas.
Mas não apague mais, ok?
Vai ficar tudo bem. Eu prometo.
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