quarta-feira, maio 05, 2010

"Somos por tradição sagrada tão miseráveis de sentimentos amorosos que havendo um já nos sentimos mais do que milionários e renunciamos com demasiada facilidade a qualquer outro prêmio lotérico do amor." (J. A. Gaiarsa, psicoterapeuta)

Nessa insaciável busca pelo prazer que é a vida, olha só o que me vem, nada mal pra uma coluna tosca de autoajuda de jornal de tal baixeza. Escrúpulos me faltam, deixo-me consolar já até pelo horóscopo dos telões das barcas pra Niterói.


Não tem jeito, domingo é sempre domingo, por mais que se fuja. É, Wander Wildner, eu também não consigo ser alegre o tempo inteiro.


Essa falta de internet me obriga a canalizar o que eu sinto para o lado de dentro (Igor, Laiane, considerem-se). Quatro meses completos detidos aqui. Uma vontade infinita de versar sobre minhas tempestades, toda essa fumaça, toda essa cerveja, essa barulheira, tanto choro, tanta gente, rascunhos perdidos, ideias pendentes.


A realidade já tá me cansando, vou reclamar com os Correios, meu príncipe encantado ainda não veio, café nem me aguento mais, tô expelindo sangue, não é só saudade, não tô funcionando bem, sabe, inspiro alcatrão, nicotina, monóxido de carbono, expiro, exprimo, expurgo, expulso, estão colocando pouco formol nesses cigarros, porque eu tô apodrecendo mesmo assim e se eu morrer todo esse jardim que tá crescendo aqui pela varanda, quem vai nos sustentar? Eu nem gosto de flores e a morte eu sei, dá um ar bucólico bonito às coisas, mas... sabe? Ainda tem tanta coisa...

3 comentários:

Ferreira, Lai disse...

Acho que a realidade te fez um bem muito grande.
Mas agora já chega.

caio k disse...

concordo. nem tô funcionando bem.

Frenata disse...

Me sinto assim também.