domingo, maio 30, 2010

Gostaria de criticar o novo tempo.
É no mínimo megalomaníaco julgar-se no direito de decretar (não apenas para si, o que já seria suficientemente doentio, mas para toda uma população) que todo e qualquer relógio, dos de bolso aos de parede, dos de ponteiro aos de botão, que traiam-se e andem para trás trezentos e sessenta malditos graus, enquanto o mundo continua nos mesmos radianos.

E eu, eu é que não ouso prejudicar o anárquico funcionamento do meu ser!  Dentro da gente as coisas estão sob um regimento anacrônico,


"A máquina do tempo estragou", quase soluçou, "e Úrsula e Amaranta tão longe!"


Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2009.