domingo, novembro 15, 2009

Algumas escoriações pelo corpo, alguns calos nos pés, algumas dores musculares e uma única (e crucial) ferida no ego.
O tempo me confunde. Certo desconforto toma conta de mim. Passaram-se 4 anos e é como se tudo continuasse como antes. Eu sou previsível e estou cansada de um mundo em que tudo se repete religiosamente da mesma maneira. Preciso de algo sobrenatural surreal, essa realidade não é minha.


Manhã ainda. Acordei com todo aquele peso de ainda existir sobre as costas, típica ressaca de sábado pra domingo. Um domingo consecutivo.
Pareceu que minha cabeça se desfaria e refaria como imagens caleidoscópicas em uma nova organização espaço-temporal. O Cristo Redentor esteve azul e tocara Mombojó, porque era noite pra se comemorar a Proclamação da República. Eu bebia Coca Cola e me sentia cada vez mais menos eu. Eu era o outro, um outro desconhecido. Tive vontade de escrever tudo que me vinha (e vocês também, se me virem, dêem-me um caderno). caminhei por 3, 4 bairros, minha infância era o que eu tinha por segurança, de resto era tudo incerto. Senti aquela sensação especialmente indescritível, que me parece muito comum e ainda muito particular. Felicidades corriqueiras quaisquer.. aquelas que doem um pouquinho, sabe? Se bem que é possível que todas doam.. Se bem que certas coisas só doem quando se respira, parafraseando seja lá quem seja.

5 comentários:

Ferreira, Lai disse...

só dói quando eu leio.

mas admito, me senti preenchida; tava aqui te xingando pela falta de postagens.

respiremos, então, literatura.
não, literatura não;
leitura.

chayenne f. disse...

não, literatura não;
leitura.


TAÍ

chayenne f. disse...

sabia que esse post tem você? quero ver se achar agora

João Paulo Sá disse...

De fato, somos essa contradição em movimento pendular. Muitos nem se dão conta... Mas, percebeber isso claramente, gera angústia. Muita angústia.

O que fazer?
Use e abuse da mesma.
Mesmo.
;)

Ferreira, Lai disse...

Poderia estar nos calos dos pés, nos caleidoscópios, na Coca Cola, no meu outro eu (no caso, no seu outro você).
Muito prazer, mas não sou você amanhã.
Sou o agora.
Poderia estar na Chayenne.